Mais um cemitério, desta vez cristão, vandalizado em França - Por Charly Triballeau



Novo episódio com contornos de ódio religioso “indigna” governo francês. "Profanar é insultar todas as religiões", disse Hollande.

O governo francês confirmou a ocorrência de um novo episódio de vandalismo num cemitério, desta feita, um cemitério cristão na Normandia, dias depois de centenas de sepulturas terem sido vandalizadas num cemitério judaico numa outra localidade do Baixo-Reno.

“Degradações” foram cometidas no cemitério de Tracy-sur-Mer, anunciou  o ministro do Interior Bernard Cazeneuve, dando conta da sua “indignação”. “Várias dezenas de crucifixos foram arrancados, e alguns deles forma enterrados no chão de cabeça para baixo”, explicou o ministro em comunicado.

A destruição foi descoberta pela polícia na noite de terça-feira na pequena localidade de 350 habitantes situada no litoral do oeste de França. 

“Tudo será feito para identificar, interpelar e levar à justiça os autores destas acções revoltantes que ofendem os nossos valores e desrespeitam o modo como vivemos em conjunto”, prometeu Cazeneuve.

O primeiro-ministro francês Manuel Valls também reagiu, exprimindo no Twitter o seu “sentimento de indignação” depois da descoberta de mais este acto de vandalismo que aconteceu dois dias depois da descoberta da profanação de várias centenas de sepulturas no cemitério judeu de Sarre-Union, no leste de França.

Cinco jovens, menores de idade, originários da região e sem antecedentes criminais foram detidos a acusados dos actos de vandalismo. Todos eles negam terem agido por um sentimento de anti-semitismo. Mas o procurador encarregue da acusação já fez saber que as investigações apontam “claramente para motivações anti-semitas” dos jovens, corroboradas por “gestos e palavras reveladoras”, tais como saudações nazis e insultos como “judeu sujo”.


“Profanar é insultar todas as religiões e manchar a República”, disse o Presidente da República François Hollande, numa cerimónia de recolhimento na terça-feira no cemitério judeu de Sarre-Union. 

“Podemos procurar todas as explicações, é preciso fazê-lo, mas também precisamos de responder a estas acções, e a firmeza é neste caso a única resposta (…) quem for responsável por actos anti-semitas ou racistas será procurado, acusado e condenado”, avisou Hollande.




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