Gâmbia: presidente declara que país é república islâmica



O presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, declarou a nação da África Ocidental uma república islâmica, argumentando que a decisão foi tomada porque o Islamismo é a religião da maioria dos cidadãos e para romper com o passado colonial do país.

Até o momento, não há indícios de que o anúncio muda as leis da Gâmbia. A declaração de Jammeh tampouco busca aliar o país à organização jihadista conhecida como Estado Islâmico. O presidente fez o anúncio na sexta-feira, em um evento na cidade costeira de Brufut, cerca de 15 quilômetros a oeste da capital do país, Banjul.

"Em linha com a identidade e os valores religiosos do país, eu proclamo a Gâmbia um Estado islâmico", disse o líder. Os muçulmanos representam cerca de 90% da população do país, de 1,8 milhão de pessoas.

"A Gâmbia não pode se dar ao luxo de dar continuidade ao legado colonial", acrescentou Jammeh. A nação conquistou a independência da Grã-Bretanha em 1965.

Segundo o presidente, os direitos dos cristãos da Gâmbia vão ser respeitados. Ele disse que não haverá regras sobre como se vestir. "Nós seremos um Estado islâmico que respeitará os direitos de todos os cidadãos e não cidadãos".

O chefe do Conselho Supremo Islâmico da Gâmbia, imã Momodou Lamin Touray não disse se apoia a declaração. "Nós ainda não nos encontramos para discutir o anúncio presidencial", disse. Hamat Bah, do partido de oposição Reconciliação Nacional, criticou a decisão.

"Há uma cláusula constitucional que diz que a Gâmbia é um Estado secular", afirmou. "Você não pode fazer uma declaração como essa sem passar por um referendo".



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