Modulo IV do Curso de Ensino de História da Bahia abordará Religião e Religiosidade


A sala Kátia Mattoso, auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia, unidade da Fundação Pedro Calmon/Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, recebeu na tarde desta terça-feira (15/12) a segunda aula do módulo IV do Curso de Ensino de História da Bahia, com o tema: “Religião e religiosidade na Bahia”.

A atividade, idealizada para capacitar docentes de história na educação básica e graduandos em história a ensinar e debater questões e problemas ligados à história colonial, imperial e republicana de nosso Estado, foi promovida pelo Centro de Memória da Bahia (CMB/FPC) e ministrada pelo professor e Doutor em História (UFBA) Israel Silva dos Santos.

A aula discutiu a temática religiosa produzida no âmbito acadêmico, levando em consideração os conceitos mais utilizados na área, os diferentes aspectos das produções acadêmicas no campo da religião e as interfaces entre a história das religiões e as discussões da temática religiosa no ensino básico. Durante a palestra, Israel Silva Santos frisou a importância de se pensar a religião como parte integrante dos outros setores sociais.

“No curso da história cultural, a religião tem ganhado um espaço cada vez mais importante dentro da historiografia, mas a história ainda não consegue trabalhar a religião em si. Ela está sempre ligada a alguma coisa, seja política, seja questões de gênero, em fim, os estudos sobre o fenômeno religioso geralmente estão bastante ligados a uma outra coisa. Talvez porque a nossa tradição acadêmica venha de uma tradição pautada na história social, da USP, onde o programa de história social para todo mundo, para historiadores, pesquisadores, mestres, doutores, que vem para a Bahia, e acredito que para outros estados do Brasil também, tem esse caráter de história social. E falar de história social é falar das pessoas e suas características sociais, políticas, econômicas, de movimentos sociais. Então a religião aparece como um componente importante dentro de todo esse quadro”, esclareceu Santos.

O professor ainda apresentou algumas produções e autores da historiografia religiosa na Bahia, e abordou diversas religiões, como o protestantismo, o catolicismo, a religiosidade popular e o candomblé, além de falar sobre confrarias e sincretismo religioso.

Para a estudante de história da Universidade Estadual da Bahia (UNEB), Geovana Miranda Barbosa a oportunidade de aprender mais sobre diversas religiões que não somente as de matrizes africanas, além de poder conhecer opiniões de diferentes autores e pesquisadores de religião e religiosidade, pode lhe ajudar a desenvolver um pensamento crítico mais aprofundado sobre o tema.  

“É bem interessante porque a gente viu não só uma religião, mas aprendemos em relação a várias. Até mesmo para você discutir com outras pessoas, conversar com outras pessoas, você precisa ter o entendimento da proposta daquela religião, para você não acabar sem conseguir desenvolver um pensamento crítico a respeito disso”, afirmou Geovana Miranda Barbosa, estudante de história da Universidade Estadual da Bahia.

Ao final da palestra, os participantes foram convidados a apresentarem textos propostos e elaborados na aula anterior, e receberam esclarecimentos e dicas do professor. A ação teve o intuito de difundir os valores próprios de uma sociedade igualitária e democrática, como sugere a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, nº 9.394, de Dezembro de 1996.

CMB

O Centro de Memória da Bahia (CMB), unidade da Fundação Pedro Calmon/Secretaria de Cultura do Estado (FPC/SecultBA), tem como objetivo a difusão da história da Bahia, através da preservação e ordenação de arquivos privados e personalidades públicas, bem como a realização de exposições, seminários e cursos de formação gratuitos.

Entre suas funções, é responsável pelo Memorial dos Governadores Republicanos da Bahia (MGRB), localizado no Palácio Rio Branco, no Centro Histórico de Salvador.






Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"Negociar e acomodar identidade religiosa na esfera pública"

Pesquisa científica comprova os benefícios do Johrei

A fé que vem da África – Por Angélica Moura