Elementos afros e católicos compõem missa em igreja em Macapá


Todas as terceiras terças-feiras de cada mês, membros de religiões de matriz africana e da igreja católica São Benedito, localizada no bairro Laguinho, Zona Central de Macapá, se reúnem para celebrar a Missa Afro, utilizando elementos afros, como banho de cheiro, cânticos ao som de caixas de marabaixo e a presença de padre e pais e mães de santo.

Criada há cerca de 3 meses pela Pastoral Afro-Brasileira do Amapá, a missa afro tem representantes da umbanda, candomblé, tambor de mina e catolicismo. Nesta terça-feira (17/05), o evento celebrou o fim do clico do marabaixo no Amapá.

A cerimônia iniciou por volta das 18h, com a realização de uma ladainha para a Santíssima Trindade, como parte da celebração do Clico do Marabaixo.  

Os símbolos das religiões de matriz africana presentes na igreja representam mistura de crenças dos participantes. Ao final, foi realizado um banho de cheiro, onde os líderes religiosos respingaram nos fiéis água à base de ervas e perfumes.

A assistente social Heloísa Jucá, de 48 anos, participou pela primeira vez da missa-afro. Ela disse que é importante a celebração para a diversidade de crenças e culturas.

“Gostei da ideia da missa afrodescendente e pretendo, sim, participar sempre, pois é uma forma de preservar a cultura e identidade do povo amapaense”, disse.

De acordo com a coordenadora da Pastoral Afro-Brasileira no Amapá, Antônia Guina, a missa afro é a forma como os descendentes dos quilombos expressam a fé através das danças, ladainhas e batuque dos tambores, seguindo a liturgia da igreja católica

“Além dos rituais comuns da missa católica, os fiéis participam de ladainha, banho de cheiro e os cânticos são celebrados ao som de caixas de marabaixo. Uma forma de manifestar a fé cristã e preservar acultura de matriz africana”, enfatizou.

O coordenador diocesano da Pastoral Afro, padre Francivaldo Lima, disse que a missa é uma forma de celebrar as religiões africanas e combater o preconceito.

“Precisamos colaborar na construção de uma sociedade justa e solidária. E é isso que estamos fazendo aqui, promovendo a integração de negros e negras, que sofrem até hoje com a discriminação e o preconceito”, enfatizou.




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