Século 20 foi marcado por virada na história da mulher


Em cem anos, papel das mulheres na família e na sociedade mudou completamente.Oito de março é dia de lutar pela igualdade de direitos e emancipação. O século 20 foi, sem dúvida, a grande virada na história da mulher.
Ao longo de cem anos, o papel das mulheres na família e na sociedade mudou completamente. O "Jornal Hoje" preparou uma linha no tempo, com grandes mulheres que marcaram época. Mais do que alas, elas abriram uma nova página na história. A primeira música feita especialmente para o carnaval foi composta por uma mulher: Chiquinha Gonzaga. Assim, terminava o século 19 e nascia a mulher moderna. Na 1ª Grande Guerra, os homens ficaram no front e elas, à frente de outra batalha: tocar a vida em suas casas. Saíram os saiões e chapelões e entrou a maquiagem carregada de caras e bocas. Começaram os anos loucos. Antes mesmo da Semana de Arte Moderna, Anita Malfatti escandalizou o Brasil com uma pintura leve, sem amarras. Depois apareceu Tarsila do Amaral, com fome de quebrar padrões e marcar uma época de incertezas.

Novos contornos

O governo de Getúlio Vargas estendeu à mulher o direito de votar. Mas, na prática, o voto feminino mas, na prática, só valeu mesmo em 1945. Carlota Pereira de Queirós, a primeira deputada, garante à mulher o mesmo salário do homem. A bióloga e feminina Berta Lutz consegue aprovar a lei de três meses de licença-maternidade. O perfil feminino ganha novos contornos e o quadril da mulher brasileira aparece. Duas polegadas a mais tiram de Marta Rocha o título de Miss Universo. Já a tenista Maria Esther Bueno é descoberta pelo mundo, ganhando títulos. Sutiãs foram queimados em praça pública, marcando uma revolução pelos direitos iguais. Não era apenas uma questão de estilo. "O que estava por trás desse simbolismo era realmente o direito de nós usufruirmos o nosso corpo, o corpo é nosso e vamos decidir o que acontece com ele", diz Eva Blay, professora da USP.

Mudança na moda

No começo da década seguinte, a família do futuro começa a ser desenhada. A ciência coloca em uma pílula a opção de engravidar. E, numa ironia do destino, a prática do futebol feminino é oficialmente proibida por aqui. A rebelião da moda e do corpo dobra as esquinas de Londres e as moças colocam as perninhas de fora. No Brasil, uma nova roupa foi inventada para receber a primeira mulher, em 80 anos, a ganhar um lugar na Academia Brasileira de Letras. No mesmo ano em que Rachel de Queiroz entrou para a história, outro tabu foi derrubado. NA TV e nas ruas, o Brasil denunciou a violência contra a mulher. E Fafá de Belém, uma mulher, puxou o coro pelas eleições diretas. O país mudou e escreveu na Constituição: homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. Pelo menos no papel. Na política. elas conquistaram prefeituras, governos. Os partidos são obrigados a ter, no mínimo, 20% de mulheres em suas chapas. Doze anos depois, as barreiras continuam e poucas se elegem.

Inspiração

A história dos melhores dias, dos grandes momentos pode inspirar outras mulheres a encarar novos desafios. Oito de março não é apenas um dia para as mulheres receberem flores. É um dia de luta pela igualdade de direitos, de deveres e pela emancipação da mulher em todos os sentidos.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"Negociar e acomodar identidade religiosa na esfera pública"

Pesquisa científica comprova os benefícios do Johrei

A fé que vem da África – Por Angélica Moura