Capelania Hospitalar em Portugal - Confissões religiosas organizam-se - Por Isabel Teixeira da Mota


O coordenador nacional das capelanias hospitalares, José Nuno Silva, convocou os representantes de diversas confissões religiosas para preparar os regulamentos internos da assistência espiritual e religiosa nos hospitais. Em causa está a definição do horário e dos locais de atendimento dos doentes e de celebração dos cultos nos hospitais, bem como das regras de funcionamento da assistência. Embora caiba à administração de cada hospital do SNS definir estas matérias, a lei (Dec.Lei 253/2009, de 23 de Setembro) diz que os assistentes devem ser ouvidos. "Como os assistentes que existem actualmente são apenas os católicos, queremos ouvir as outras confissões e religiões para tentarmos chegar a um entendimento e sabermos o que transmitir", declarou José Nuno Silva ao JN.

O problema é que a lei impõe o rácio de um assistente por cada 400 camas (podendo aumentar em unidades de cuidados paliativos, oncológicos ou de imunodeficiência adquirida), o que dificulta a representatividade das confissões minoritárias. "É insuficiente", defende o capelão do hospital de S. João, no Porto. Em debate, hoje, estará o número de assistentes por hospital, a representatividade por religiões e a sua inserção nas regras hospitalares. "Todo este processo foi desde o princípio, e vai continuar a ser, de inclusão", garante José Nuno Silva, para quem a presença no hospital dos diversos credos "tem de ser garantida numa sociedade democrática". Segundo o responsável do encontro, a presença da ministra da Saúde é "o reconhecimento da importância da dimensão espiritual na saúde". Um reconhecimento que José Nuno Silva quer confirmar através de um inquérito nacional a lançar pela coordenação das capelanias hospitalares e uma universidade, no próximo ano, junto de médicos, enfermeiros, auxiliares e outros profissionais de saúde.
Ana Jorge preside ao encerramento dos trabalhos que decorrem ao longo do dia nas instalações da Universidade Católica em Lisboa. Além de representantes da Igreja Católica estão confirmadas as presenças de membros da Aliança Evangélica e do Conselho Português das Igrejas Cristãs, vários patriarcados ortodoxos, a comunidade israelita, as comunidades islâmica e ismaeli, a comunidade hindú e a união budista. O prazo limite para cada hospital ter o seu regulamento interno aprovado é 23 de Janeiro.

Fonte: http://jn.sapo.pt

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