Religiosos têm marca de espiritualidade


José Mattoso e Guilherme Oliveira Martins defendem importância das Ordens e Congregações. O historiador José Mattoso defendeu que a dimensão espiritual deve ser levada em conta na análise da história das Ordens e Congregações religiosas, no nosso país. “A adesão religiosa é uma adesão de fé e é por meio da espiritualidade que se pode averiguar o aspecto da fé”, disse em declarações à ECCLESIA, à margem do Congresso das Ordens e Congregações Religiosas em Portugal, que decorre em Lisboa.


Esta análise, considera, deve complementar o “aspecto institucional, humano, um problema de organização, de eficácia”. Para o historiador, “um dos aspectos mais preocupantes da sociedade actual é saber como se vai manter uma capacidade política de resolver os problemas da humanidade, que são terríveis”. “Não me parece que as instâncias que têm o poder sejam capazes de encontrar as fórmulas necessárias para poder dominar, resolver esses problemas”, indica José Mattoso.

 
Portanto, “a religião é importante para restabelecer o sentido da sacralidade da vida, dos princípios que sustentam a sociedade”. José Mattoso espera que o congresso internacional que decorre em Lisboa possa contribuir para uma visão mais “abrangente e coordenada” sobre o papel das Ordens religiosas, particularmente no nosso país.

 
Opinião partilhada por Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do Centro Nacional de Cultura (CNC).O professor José Mattoso tem, de uma forma muito pertinente, chamado atenção para a percepção na moderna historiografia do conjunto das influências, do conjunto das instituições, e as Ordens e as Congregações religiosas têm um papel absolutamente insubstituível”, assinalou.

Para o presidente do CNC, é fundamental que algumas circunstâncias dos últimos 200 anos não apaguem a importância destas instituições “ao longo dos séculos”. “Houve preconceitos, há preconceitos sempre, e a moderna historiografia tem de os superar”, alerta este responsável, lembrando que “a história é sempre complexa”.


“Hoje não podemos de modo algum desvalorizar o peso que teve na fundação de Portugal, por exemplo, a Ordem dos cónegos regrantes de Santo Agostinho, as Ordens de Cluny e de Cister. Não é possível, porque são peças fundamentais”, conclui.


Fonte: http://www.agencia.ecclesia.pt

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