identidade cultural - Por Katherine Coutinho

Neste domingo (20/11), quando é comemorado o Dia da Consciência Negra, milhares de pessoas foram à Serra da Barriga, em União dos Palmares, para prestar suas homenagens aos referenciais quilombolas do estado. Grupos de diversas etnias se reuniram para festejar e afirmar o orgulho da sua identidade negra.


Quase três mil pessoas lotaram a Serra para participar ou assistir às apresentações. Durante a madrugada, membros de casas de axé fizeram uma oferenda aos orixás no lago existente no local. Pela manhã, foi realizada um cortejo religioso de matriz africana, onde diversas casas se encontraram e caminharam com danças e músicas. “O objetivo é homenagear os nossos ancestrais e também consagrá-los. Todos os anos nós viemos devidamente paramentados para celebrar”, contou o filho de santo Adãn Lei Jo.


Essas manifestações culturais não buscam apenas relembrar o passado, mas também modificar o presente. “Aqui tem pessoas de todos os lugares. Viemos aqui para que as pessoas, não apenas a sua cor, possam ser valorizadas, respeitadas como indivíduos”, disse Elisete Eqde de Poço Beta, membro da casa de mãe Mirian.

Diversos grupos de capoeira jogaram durante todo o dia, não apenas como esporte, mas também para exemplificar uma das vertentes da cultura negra. Segundo o psicólogo professor da Universidade Federal de Alagoas, Gerson Alves, esse instrumento de manutenção da identidade vem para exaltar os elementos nativos e não o modelo eurocêntrico com qual a população é “bombardeada” diariamente.

“Muitas vezes as pessoas não se identificam com a cultura negra. A capoeira, mais até do que a Umbanda e o Candomblé, vem fazer essa ponte, aproximando a população das religiões e tradições afro descendentes”, explicou o professor.

Uma das praças de União dos Palmares ganhou uma estátua de Zumbi dos Palmares, líder fundador do Quilombo dos Palmares, que foi o maior grupo de escravos fugitivos existente no Brasil.

Fonte: gazetaweb.globo.com

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