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Fraternidade e saúde - Por Frei Betto


O título deste artigo é o tema da Campanha da Fraternidade 2012, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). 

Iniciada na Quarta-feira de Cinzas, a campanha se estende até o Domingo de Páscoa e tem como lema um versículo do livro do Eclesiástico: “Que a saúde se difunda sobre a Terra” (38, 8).

Saúde e tradição cristã estão intimamente associadas. Nos Evangelhos, Jesus prima por curar física, psíquica e espiritualmente. Ao longo da história ocidental, a Igreja se destacou como provedora da saúde. De sua iniciativa surgiram os primeiros hospitais, sanatórios e, no Brasil, Santas Casas de Misericórdia.

Os bispos reconhecem os avanços da saúde no Brasil, como a redução da mortalidade infantil (na qual a Pastoral da Criança, iniciativa da Dra. Zilda Arns, desempenha papel fundamental). Em 1980, eram registrados 69,12 óbitos para cada 1.000 nascidos vivos. Em 2010, o índice caiu para 19,88.

Apesar dos avanços, a Campanha da Fraternidade considera o SUS um “caos, sobretudo perante os olhos dos mais necessitados de seus serviços”.

Garantir para a população direitos e recursos previstos na Constituição sobre a Seguridade Social (Assistência Social, Previdência Social e Saúde) é um dos principais desafios hoje. Na contramão do que prevê a Constituição, são as famílias que mais gastam com saúde.

Cerca de 150 milhões de brasileiros (78% da população) dependem do SUS para ter acesso aos serviços de saúde. Pois não têm o privilégio da parcela de 40 milhões que pagam planos privados de saúde.

“Vim para que todos tenham vida e vida em abundância”, disse Jesus (João 10, 10). Se assim não ocorre, resta-nos fazer de nosso voto e cidadania pressão e exigência de uma nação saudável.

Frei Betto é escritor, autor de ‘Conversa sobre a fé e a ciência’, em parceria com Marcelo Gleiser


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