Islâmicos declaram vitória em eleição presidencial do Egito


A Irmandade Muçulmana disse nesta segunda-feira que seu candidato venceu a primeira eleição presidencial na história do Egito, mas uma manobra jurídica da junta militar, durante a noite, deixou claro que os generais pretendem manter o controle por enquanto.
Uma fonte do comitê eleitoral disse à Reuters, após a apuração da maioria dos votos, que Mohamed Morsy, engenheiro formado nos EUA e candidato da Irmandade, estava confortavelmente à frente do brigadeiro da reserva Ahmed Shafik. A contagem, que pode fazer de Morsy o primeiro presidente civil em 60 anos, ainda não foi oficialmente concluída.
Seja como for, o novo presidente estará subordinado, ao menos durante algum tempo, ao conselho militar que no ano passado expulsou o presidente Hosni Mubarak para atender à pressão das ruas.
Em uma nova reviravolta na turbulenta transição para a democracia, o Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA) emitiu, ao final dos dois dias do segundo turno da eleição presidencial, um decreto que limita os poderes do chefe de Estado. Na véspera da eleição, as autoridades já haviam dissolvido um Parlamento com maioria islâmica.
Oponentes liberais e islâmicos denunciaram um "golpe militar".
"Militares transferem poderes para os militares", foi a irônica manchete do jornal independente Al Masry al Youm.
A Irmandade, no entanto, levou seus militantes às ruas para celebrar a vitória e desafiar os generais.
"Graças a Deus, que guiou o povo do Egito para o caminho da liberdade e da democracia, unindo os egípcios por um futuro melhor", disse Morsy, ex-preso político, em um discurso de vitória no qual prometeu evitar as vinganças e acertos de contas. Se o resultado for confirmado, ele deve tomar posse em 1o de julho.
Um assessor de Shafik, que foi o último primeiro-ministro de Mubarak, se negou a reconhecer a derrota e acusou Morsy de "sequestrar a eleição".
A Irmandade estimou Morsy com 52 por cento dos votos, contra 48 de Shafik, num comparecimento em torno de 50 por cento.
Muitos apoiadores de candidatos derrotados no primeiro turno, no mês passado, ficaram em casa ou anularam seus votos, num protesto por terem de escolher entre o que veem como um futuro Estado islâmico ou uma volta ao antigo regime.
fonte: (Reportagem adicional de Dina Zayed, Tom Pfeiffer, Edmund Blair, Alastair Macdonald e Samia Nakhoul no Cairo) - Copyright Thomson Reuters 2011 - http://noticias.r7.com

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