Igreja de Nossa Senhora do Ó pode fechar


Uma das mais antigas construções de São Paulo, a Igreja de Nossa Senhora do Ó, na Freguesia do Ó, zona norte, corre riscos. 

Rachaduras, infiltrações e, principalmente, a fragilidade do forro estão tirando o sono do pároco, padre Carlos Alves Ribeiro, e dos católicos que frequentam o espaço. 

"Se obras não forem feitas urgentemente, vai acontecer algo lastimável: serei obrigado a fechar a igreja", comenta o sacerdote.

Desde abril do ano passado, para evitar que pedaços do forro caiam sobre as cabeças dos fiéis, uma solução paliativa foi adotada: o interior da igreja ganhou uma estrutura metálica que dá sustentação ao teto, enquanto a sonhada reforma não vem. Mas isso acabou criando um problema colateral. 

"Temos de pagar R$ 6 mil por mês pelo aluguel dessa estrutura", conta o padre. "Não fosse por isso, já estaríamos com caixa para a reforma."

No ano passado, a Prefeitura bancou a recuperação das fachadas externas do templo - um custo de R$ 400 mil. O que seria uma ajuda, acabou maquiando a atual situação. Ao menos é assim que pensa padre Carlos. 

"As pessoas olham por fora e imaginam que a igreja está bonita, que não há problemas", explica. "É uma falsa impressão. Na minha opinião, foi um erro termos começado recuperando o lado externo. Seria melhor começar pelo mais urgente, pelo emergencial."

Para resolver os problemas das trincas, da pintura interior, dos vitrais, dos lustres, das instalações elétricas e do forro, o padre tem em mãos um orçamento de R$ 1,2 milhão, dividido em um cronograma de 24 meses de obras.

A história do endereço religioso remonta a 1580, quando o bandeirante Manuel Preto se instalou, com a família, na fazenda onde hoje é o bairro da Freguesia do Ó. 

Em 1610, eles construíram uma capela, bastante simples, para oração familiar. Os frequentadores do local foram aumentando até que, em 1796, a capela é transformada em paróquia. O bairro foi se formando ao redor dessa construção.

No fim do século 19, um incêndio destruiu essa primeira edificação. Foram quatro anos de obras até que a atual ficasse pronta, em 1901. A última restauração completa do templo data de 1995. A construção é protegida pelo órgão municipal de proteção ao patrimônio (Conpresp). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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