Católicos devem promover «nova governança» - Portugal



D. Carlos Azevedo esteve no Porto para falar sobre o Concílio Vaticano II e o cenário atual

O presidente da Fundação SPES, D. Carlos Azevedo, disse hoje no Porto que os católicos devem promover uma "nova governança" da sociedade num cenário que estava fora das previsões do II Concílio do Vaticano (1965-1965).

Segundo o membro do Conselho Pontifício da Cultura (Santa Sé), urge um “empenhamento dos cristãos” para que possa erguer “uma nova governança, com qualidade para inventar o futuro, que mais do que repetir doutrinas sociais, parta, como intuiu o Concílio, da força inovadora do Evangelho”.

Falando no seminário

 «Teologia moral na dimensão política: nos 50 anos do II concílio do Vaticano»

a decorrer no auditório da igreja nova de Ramalde (Diocese do Porto), o responsável referiu que  a visão do decreto 'Gaudium et Spes' ['Alegria e esperança', relativo à 'Igreja no mundo atual] sobre a comunidade política é "limitada aos conhecimentos otimistas dos anos 60" do século passado.

O prelado português apresentou, neste sentido, alguns exemplos de mudança no último meio século: “O subjugar do politico aos golpes dos tirânicos poderes financeiros, a desmotivação para o exercício da cidadania e a perigosa erosão do sentido do politico nos cidadãos, a dificuldade enorme de fazer prognósticos a médio e longo prazo e a evidente ausência de finalidades para além da regulação técnica do nosso quotidiano”.

“Muito menos se anteviam as gigantescas mudanças que aí vêm ainda”, acrescentou.

Com esta iniciativa pretende-se “marcar as comemorações do 50.º aniversário do II Concílio do Vaticano e o papel de D. António Ferreira Gomes nos trabalhos do Concílio”, revela um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

O encontro vai contar com a presença de um dos “maiores especialistas mundiais em teologia moral”, Guy Jobin, da Universidade de Laval - Quebeque (Canadá), e também com Manuel Pinho Ferreira, “um especialista reconhecido pelos estudos sobre o pensamento de D. António Ferreira Gomes”, lê-se.

Este Seminário quer contribuir, “no espírito conciliar e dentro da preocupação de D. António, para que a fonte do viver em conjunto jorre de novo”, disse D. Carlos Azevedo.

A Fundação SPES foi criada, por testamento, pelo bispo do Porto D. António Ferreira Gomes, aquando da sua morte, ocorrida em 13 de abril de 1989.

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