Concertos ao meio-dia ganham espaço em São Paulo


Mal o relógio marca 12h35 e o terceiro sinal bate no teatro do Museu de Arte de São Paulo (Masp). As 70 pessoas presentes terminam de se sentar e as luzes se apagam para a apresentação de Michel Freidenson Trio. 

Não muito distante dali, na Praça do Patriarca, cinco músicos se preparam para começar o concerto na Igreja de Santo Antônio completamente lotada. Semanalmente, os amantes de música instrumental têm cardápio variado na hora do almoço em São Paulo: música clássica, de câmara, jazz ou popular. São apresentações gratuitas, que não exigem mais do que bons ouvidos.

Há cinco anos, todas as terças-feiras no Masp são musicais. As apresentações, que privilegiam repertório clássico, atraem público diversificado: idosos, crianças, estudantes e executivos. Vários motivos os levam até lá. 

"São pessoas que têm a possibilidade de sair do caos da cidade e ter um momento para respirar fundo no dia", diz Antônio Ribeiro, idealizador do Música no Masp. "Muitas vêm pela primeira vez e percebem que gostariam de fazer isso sempre."

Na Igreja de Santo Antônio, um dos locais que abrigam o projeto Sons das Igrejas do Centro do Sesc Carmo, um público semelhante assistia ao conjunto Ensemble Kammerstyl na terça-feira. Segundo a responsável pela programação musical do Sesc, Priscila Rahal Gutierrez, a arte já faz parte do cotidiano dessas pessoas. 

"A música é uma das formas de arte que mais tocam as pessoas." Além desse projeto, o Sesc Carmo também organiza o Pauliceia Sonora - apresentações mensais de música popular no coreto da BM&F Bovespa ao meio-dia, em uma quinta-feira.

Mudança

O Centro Cultural São Paulo, que tradicionalmente abrigava concertos ao meio-dia, teve de mudar o horário neste ano por causa da reforma do local. As apresentações, que antes eram às 12h30, passaram para as 20h30. "As pessoas demoram um pouco para se acostumar, mas já estamos considerando permanecer nesse novo horário no próximo ano", afirma Dante Pignatari, responsável pela programação.

Ele diz que o público que frequenta recitais noturnos é diferente. "O período da noite é mais propício para concentração do público, mas, durante o dia, acontecia de as pessoas estarem passando e pararem para ver. Tenho um pouco de dúvida sobre a formação de público, mas, ao mesmo tempo, essa era uma das únicas formas de elas terem contato com a música." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

MASP (Av. Paulista, 1578), terças, às 12h30; IGREJA N. S. DA BOA MORTE (Rua do Carmo, 202), dia 30, às 12h; CCSP (Rua Vergueiro, 1.000), terças, 20h30.



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