Merkel inaugura memorial às vítimas ciganas do holocausto


A chanceler alemã Angela Merkel inaugurou esta quarta-feira em Berlim um memorial de homenagem aos ciganos que morreram nas mãos do regime nazi.

Situado no parque Tiergarten, junto ao Reichstag (o parlamento alemão), o memorial assume a forma de um lago redondo com uma pequena base triangular no meio. 

Foi desenhado pelo israelita Dani Karavan, e na margem da fonte pode ainda ver-se gravado o poema ‘Auschwitz’, de Santino Spinelli, um escritor cigano.

Trata-se de uma homenagem aos cerca de 220 a 500 mil membros das comunidades ciganas Roma e Sinti, mortos durante a Segunda Guerra Mundial. O genocídio foi reconhecido em 1982.

Mais do que uma homenagem às vítimas, o memorial que hoje a Alemanha inaugura pretende passar a mensagem de que «o sentimento anti-Roma é tão inaceitável quanto o anti-Semitismo», declarou Romani Rose, chefe do Conselho Central dos ciganos na Alemanha.

A cerimónia, a que Merkel e o presidente Joachim Gauck compareceram, começou com dois minutos de silêncio enquanto a base triangular do centro se erguia até à superfície transportando uma flor (o objectivo é que uma nova flor será reposta todos os dias no centro do memorial).

«Cada uma das fatalidades deste genocídio é um sofrimento para lá do compreensível. Cada fatalidade enche-me de tristeza e de vergonha», disse a chanceler, realçando a importância de lembrar as atrocidades para que não se repitam. Segundo Merkel, é «dever da Alemanha e da Europa» proteger «uma minoria» que ainda hoje sofre «discriminação e rejeição».

A inauguração do memorial vem finalmente pôr termo a anos de disputas sobre o seu design e o seu custo, que atrasaram significativamente a construção.



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