Ajuda para refugiados em Mianmar é ameaçada pela violência – Por Thomas Fuller


Grupos radicais budistas estão impedindo médicos de prestarem assistência às áreas no oeste de Mianmar afetadas pela violência pública, uma caridade médica internacional disse na segunda-feira.

O grupo Médicos Sem Fronteiras, um dos principais prestadores de assistência médica às pessoas no Estado de Rakhine, relatou que parte de seu pessoal local está com medo de trabalhar nos campos de refugiados e nos centros médicos onde as pessoas deslocadas pela violência aguardam tratamento.

“Eu nunca experimentei tamanho grau de intolerância”, disse por telefone Joe Belliveau, o gerente de operações em Mianmar do Médicos Sem Fronteiras. “O que realmente precisamos é que as pessoas entendam que prestar ajuda médica não é um ato político.”

As dificuldades enfrentadas pelas agências internacionais em Rakhine ressaltam a instabilidade na área – e o potencial de novos surtos de violência – apesar da presença de milhares de soldados e policiais.

Belliveau disse que cartazes e panfletos estão sendo distribuídos em Sittwe, a maior cidade em Rakhine, ameaçando os trabalhadores de ajuda humanitária que tratarem os muçulmanos.

Os confrontos no final do mês passado entre budistas e muçulmanos deixaram 89 pessoas mortas e deslocaram 35 mil, segundo a ONU.

Nos últimos dias, trabalhadores de ajuda humanitária relataram ter tratado pessoas feridas por armas de fogo e outras, incluindo facas e flechas.

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) relatou a ampla mobilização de forças de segurança no Estado de Rakhine, mas também do medo disseminado na região.

“Nosso pessoal falou de pessoas deslocadas que temiam ser atacadas de novo no caso da partida das tropas”, disse um porta-voz do escritório em uma declaração divulgada na sexta-feira.





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