Mais de 100 casas de cristãos são queimadas no Paquistão – Por Giana Guterres

Pelo menos 100 casas de cristãos foram destruídas em Lahore, no nordeste do Paquistão. Milhares de pessoas atearam fogo após uma suposta denuncia de blasfêmia contra o profeta Maomé. 

Cem suspeitos foram detidos pela polícia local. O Paquistão é um dos quinze países do mundo com mais perseguição aos cristãos.

A confusão começou na sexta-feira, 08 de março, e se intensificou no sábado, dia 09. Um jovem muçulmano acusou um jovem cristão de blasfêmia, ato que pode levar à morte no país. As casas queimadas ficam na região de Badami Bagh, segundo informou a agência EFE.

Jornais noticiaram que aproximadamente sete mil pessoal invadiram a área, um bairro cristão, com paus e pedras, colocando fogo na cidade. As famílias já haviam deixado o local, com um alerta da polícia sobre ataques e orientando uma fuga.

“Atos de vandalismo contra as minorias mancham a imagem do país", disse o presidente paquistanês Asif Ali Zardari em comunicado. Já o primeiro-ministro Rajá Parvez Ashraf, também em comunicado divulgou: 

“Os cristãos são cidadãos da terra e devem contar com a mesma proteção. O islã ensina a tolerância e assegura a proteção da vida e a propriedade dos não muçulmanos”.

Mídias cristãs divulgam que são 160 casas destruídas, 18 lojas e duas igrejas. A informação também foi dada pelo G1.

O Islamismo é a religião oficial do Estado, onde 95% dos habitantes professam religião islâmica. Embora a segurança contra minorias seja assegurada, o governo utiliza a Lei da Blasfêmia para limitar o Cristianismo. A sentença dessa lei pode ser pena de morte, prisão perpétua e dez anos de prisão. O Paquistão ocupa a 14° posição de países com perseguição na lista da Portas Abertas.

Casos conhecidos de cristãos perseguidos no Paquistão são o de Ashiyana Masih, acusada de blasfêmia contra o Alcorão. Após a denúncia, mais de 100 pessoas atacaram a residência da família levando a jovem e seu pai, que ficaram presos por mais de dois anos. Também ganhou a mídia o nome de Asia Bibi, presa desde junho de 2009 e condenada a pena de morte sob alegação de blasfêmia. 

Segundo informações do site da Portas Abertas, órgãos de direitos humanos trabalham para livrá-la dessa sentença.





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