Simpósio da Teologia do Corpo chega a Portugal

O 4.º Simpósio Internacional da Teologia do Corpo, que hoje começa em Fátima, quer desmistificar a linguagem negativa associada à mensagem da Igreja no plano da sexualidade, através da reflexão de João Paulo II.

“A teologia do Corpo vem mostrar uma mensagem positiva, na vivência da nossa afetividade e da nossa sexualidade como expressão da nossa liberdade e do dom de Deus e também como caminho para sermos verdadeiramente felizes”, diz à Agência ECCLESIA Maria José Vilaça, psicóloga clínica que integra com o padre Miguel Pereira a comissão organizadora do Simpósio que até domingo vai congregar em Portugal especialistas americanos, portugueses, brasileiros, italianos e espanhóis.

A responsável admite “muitos preconceitos” e a “ideia de que a mensagem da Igreja é de negativa” no plano da sexualidade mas a Teologia do Corpo “junta duas realidades que à partida poderiam parecer distante: o estudo de Deus e o corpo”.

As 129 catequeses que deram origem à Teologia do Corpo, partilhadas na Praça de São Pedro entre 1979 e 1984, são fruto da reflexão de João Paulo II quando, ainda bispo em Cracóvia, na Polónia, acompanhava os casais.

“Ele não teve uma paróquia mas durante muitos anos acompanhou várias pessoas com quem passava férias na montanha e acompanhava os problemas existenciais dos casais, dos seus amigos, e começou a perceber que havia uma grande necessidade de dar resposta a questões muito importantes sobre a forma de viver o amor humano”, explica Maria José Vilaça.

“Na minha prática profissional, a Teologia do Corpo é fundamental” porque oferece um “fundo antropológico para entender a pessoa humana”, acrescenta.

Uma experiência que Maria José Vilaça percebe a partir do seu trabalho e como esta proposta “torna as pessoas felizes”. “Tenho encontrado muita gente de diferentes âmbitos que é tocada profundamente pela Teologia do Corpo e faz a mesma descrição”, sublinha.

Fátima, local onde decorre o Simpósio, não é uma escolha aleatória mas quer “ser um lugar de comunhão e de síntese” entre a tradição americana e a europeia, explica o padre Miguel Pereira, trazendo ao nosso país Juan Perez-Soba, professor do Instituto da Família João Paulo II e também D. Jean Laffitte, secretário do Conselho Pontifício para a Família.

O sacerdote português dá conta de “uma grande reflexão feita pelos americanos” neste campo, mas importa hoje “abrir a Teologia do Corpo a novas perspetivas, como a Nova Evangelização, e vivê-la no nosso tempo”.

“Estamos numa altura em que todos falam do corpo e abordar a Teologia do Corpo é um apelo a que o nosso corpo fale mais alto, diga de Deus”, observa.

Esta reflexão está presente na proposta do Instituto de Formação Cristã, do Patriarcado de Lisboa, e tem sido desenvolvida através “de pequenos grupos e alguns casais”, mas, explica o padre Miguel, “a conversão tem de ser pessoal”.

“A Teologia do Corpo é muito positiva e tem uma abordagem revolucionária porque tem sempre em consideração a própria experiência das pessoas, deixa de ser teórico e abstrato para ser de facto o que vivemos”, conclui.






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