Oriente Médio não tem futuro sem cristianismo – Por Natalia Scherbakova

O desaparecimento e enfraquecimento da presença cristã no Oriente Médio irá alterar o equilíbrio religioso, cultural e histórico na região, declarou Serguei Gavrilov, deputado da Duma de Estado e membro do Grupo de Facções de Deputados para a Proteção de Valores Cristãos, num encontro com representantes de veículos de comunicação.

A Rússia concederá ajuda tanto aos cristãos, como a representantes de outras confissões religiosas, sujeitos à violência e sofrimentos das mãos de terroristas.

Atualmente, a população cristã de muitos países do Oriente Médio está no limiar de extinção. Assim, a maioria de cristãos foi obrigada a abandonar o Iraque em resultado de perseguições após a derrubada do regime de Saddam Hussein. Os restantes são alvo de islamitas radicais.

No Egito continuam ataques de extremistas à população copta do país. Nos territórios sírios ocupados por terroristas, os cristãos são perseguidos brutalmente e sujeitos à exterminação física. Em resultado, mais de um milhão de cristãos foi forçado a abandonar o país, em que seus antepassados viveram quase dois mil anos.

“Na Síria, como em outros países da região, formaram-se em séculos decorridos uma ligação única e a harmonia entre o Islã tradicional e o cristianismo. Agora pretende-se destruir essa união”, disse à Voz da Rússia o deputado da Duma, Serguei Gavrilov:

“Durante milênios, as pessoas de diferentes confissões não apenas estimavam umas a outras, mas também partilhavam valores comuns, o mufti supremo desejava boa Páscoa aos cristãos e o chefe da Igreja Cristã felicitava os muçulmanos pelas suas festas. Tal síntese de religiões era força principal de Estados e da estabilidade na região do Oriente Médio. Vale a pena lembrar que jornalistas do canal televisivo libanês Al-Manar, xiitas de origem, morreram durante a libertação de freiras do Convento de Santa Tecla em Maalula. Somos gratos a este canal pela honestidade e objetividade na cobertura dos acontecimentos e pela compaixão para com os adeptos da fé cristã”.

A Rússia não se distancia dos problemas do povo sírio. No decorrer do último ano, a Sociedade Imperial Ortodoxa da Palestina está juntando regularmente meios para prestar apoio às pessoas que se encontraram no epicentro das ações militares.

A sociedade coletou mais de um milhão de dólares e enviou nove lotes de cargas de artigos de primeira necessidade, remédios e equipamentos médicos, produtos e alimentos infantis. A ajuda foi entregue a todos os necessitados, cristãos e muçulmanos da Síria e será continuada.

“Além disso, crianças sírias que perderam os pais têm visitado este verão Moscou”, continua Serguei Gavrilov:

“Esta é uma experiência única. Trouxemos para a Rússia cerca de 80 crianças de orfanatos ortodoxos, filhos de oficiais mortos do Exército Sírio. São crianças de diferente idade do orfanato do Convento de Santa Tecla em Maalula, de uma escola-orfanato em Damasco para filhos de militares mortos e do Vale dos Cristãos em arredores de Homs. Elas descansavam em acampamentos infantis na região de Moscou, visitavam museus da capital russa e encontravam-se com o patriarca de Moscou e de toda a Rússia, Kirill. Esta visita testemunha mais uma vez a proximidade espiritual dos nossos povos”.

As estatísticas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) não são animadoras: o número de crianças sírias em situação desastrosa aproxima-se de sete milhões, milhares de crianças morreram desde o início do conflito.

Em resultado da guerra, uma geração inteira de pessoas analfabetas está crescendo na Síria. Só no último ano letivo, 118 mil estudantes não conseguiram continuar estudos em cidades natais. Ocupando territórios, terroristas destruíam em primeiro lugar escolas. Hoje, o país tem 1600 escolas demolidas.

No período de provações, o povo russo apoiou e continuará a apoiar o povo irmão da Síria, concedendo-lhe assistência material, moral e espiritual. “A Síria sempre pode contar com a Rússia”, asseverou o deputado da Duma de Estado Serguei Gavrilov.







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