Estudo do Iphan mostra importância da disseminação das religiões afro no DF


Os 6,5 mil adeptos da umbanda e do candomblé no Distrito Federal sofrem diariamente com o preconceito e o desconhecimento sobre as crenças que assumiram.


O ritual começa às 20h. A defumação é o primeiro ato, e limpa o ambiente para a sessão. Os médiuns, vestidos com roupas brancas, ocupam o espaço à frente do salão. Eles preparam-se para incorporar as entidades e atender os que procuram ajuda. A cena se repete todas as quartas-feiras no Centro Espírita Caminheiros de Santo Antônio de Pádua. 

Assim como na casa em Ceilândia, a umbanda e o candomblé são praticados em outros dois mil terreiros espalhados pelo Distrito Federal e Entorno. 

Resistentes ao preconceito e ao desconhecimento, os centros são os responsáveis por disseminar a cultura e as religiões afro-brasileiras na capital federal.

A história desses dois mil terreiros, a rotina e as práticas ainda são desconhecidas na cidade de maioria católica e evangélica. 

Parte desses templos, no entanto, ganhou espaço recentemente com a publicação do Inventário Nacional de Referências Culturais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 

A superintendência do órgão no DF lançou o livro no fim de 2013, um passo inicial para o reconhecimento e a valorização dessas casas como parte da sociedade brasileira.

Creusa Braga, 65 anos, faz parte do grupo de 6,5 mil pessoas que se declararam praticantes de umbanda ou de candomblé no DF

O número representa 0,22% da população, de acordo com os dados do Censo 2010, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ela preside o Centro Espírita Caminheiros de Santo Antônio de Pádua. 

A casa foi fundada em 1971 pela mãe de Creusa, Antônia Lins. Ela teve uma doença e procurou o centro de Umbanda Caminheiros da Verdade, no Rio de Janeiro, para pedir ajuda. Recebeu tratamento espiritual, curou-se e decidiu iniciar a vida religiosa na capital.




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