Religião e bom senso – Por Felipe Salomão


Allan Kardec só codificou, entre os homens, os ensinamentos que constituem o Espiritismo depois de verificar que a nova doutrina não contraditaria a ciência. 

Sua genialidade, iluminada na escola de João Henrique Pestalozzi, não aceitava o que afastasse o homem do humanismo e do racionalismo, daí, empenhar-se na aliança “ciência e religião”. 

N’O Evangelho segundo o Espiritismo, de 1864, capítulo I, “Não vim destruir a Lei”, item 8, “Aliança da Ciência e da Religião”, escreve: “A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana: uma revela as leis do mundo material, a outra, as do mundo moral. São leis de mesmo princípio, Deus, e não podem contradizer-se.” Mais tarde, a genialidade de Albert Einstein proclamaria: “Fé sem ciência é cega; ciência sem religião é manca.”

Com a lógica de sua síntese, o Codificador estabeleceu os alicerces do edifício doutrinário do Espiritismo, revelando que seu pensamento fundava-se na razão, característica do seu trabalho, confirmada na sua obra: A gênese (1868), onde aborda novamente o assunto sob o título: “Caráter da Revelação Espírita”. 

Analisada pela lídima disposição dos homens de boa vontade, a sabedoria kardeciana ressalta o seu avesso, num mundo à míngua de bom senso. 

A natureza humana, os sentimentos, a semelhança entre os homens e a interdependência social não seriam bastantes para sugerir-nos, a todos, a mesma paternidade? 

Por que atitudes e conflitos violentos por divergências no modo de pensar? 

A verdadeira sabedoria é a do respeito às consciências! Se ninguém é livre sem a contrapartida do respeito, o direito ao credo é respeitável valor humano. 

A verdadeira religião não se ofende. Se intolerância a mirar com violência, que responda com o amor. Um erro não justifica outro. O direito de buscar a paz só é dado depois de garantirmos o direito de viver e pensar livremente.


Felipe Salomão, Bacharel em Ciências Sociais, diretor do Instituto de Divulgação Espírita de Franca.



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