Defensores da paz cristãos e muçulmano distinguidos pela ONU



Galardão foi atribuído pela Fundação Sérgio Vieira de Mello.

Dois responsáveis cristãos e um muçulmano, todos de nacionalidade centro-africana, foram distinguidos pelas Nações Unidas pelo seu papel ao nível da defesa do diálogo inter-religioso.

Segundo uma notícia avançada pela Cáritas Internacional, “o arcebispo Dieudonné Nzapalainga, o imã Oumar Kobine Layama e o pastor Nicolas Guérékoyaméné-Gbangou foram agraciados pela ONU enquanto fundadores da Plataforma Inter-religiosa para a Paz”.
Um organismo que, para os promotores do prémio, tem sido decisivo para “evitar que os grupos armados espalhem o caos na República Centro-Africana, através da religião”.

Instituído em honra de Sérgio Vieira de Mello, enviado especial das Nações Unidas morto em 2003 num ataque suicida contra o edifício da ONU em Bagdad, no Iraque, o galardão é atribuído de dois em dois anos. A iniciativa é coordenada por uma fundação batizada com o nome do malogrado diplomata brasileiro, que tem à frente um dos seus filhos, Laurent Vieira de Mello.

De acordo com aquele responsável, “a Plataforma Inter-religiosa para a Paz tem mostrado o que é preciso fazer, em caso de crise, para unir um país dividido em termos sociais, culturais e religiosos”Com o apoio da Cáritas e de outras organizações de cariz religioso, o arcebispo Dieudonné Nzapalainga, o imã Oumar Kobine Layama e o pastor Nicolas Guérékoyaméné-Gbangou foram directamente às zonas de maior conflito, do seu país, para aí deixarem “mensagens de paz e de compreensão junto das diferentes comunidades religiosas”.

Também estiveram em vários países do mundo para deixarem “um apelo a um esforço cada vez maior a favor da paz”No momento de receber o prémio, D. Dieudonné Nzapalainga, responsável pela arquidiocese de Bangui, disse que o trabalho da Plataforma apenas serviu para levar a “voz de Deus” a uma região infectada com “o vírus da divisão e do ódio”.

Já o pastor Nicolas Guérékoyaméné-Gbangou, presidente da Aliança Evangélica no país, garantiu que “os esforços deste projecto vão continuar na África Central até que as armas se calem”Quanto ao imã Oumar Kobine Layama, presidente do Conselho Islâmico na República Centro Africana, frisou que o conflito que dilacera a sua nação “não é de todo religioso”.






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