Institutos Politécnicos querem ser universidades em Portugal - Por Margarida Davim


Os Institutos Politécnicos querem passar a chamar-se Universidades de Ciências Aplicadas. 

Mas essa é só uma das ideias do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CSISP), que esta semana apresentou um estudo sobre o sector, para um futuro que, defendem, passará por consórcios entre instituições e uma aposta no ensino profissional não superior.

Joaquim Mourato, presidente do CSISP, assegura que os politécnicos estão preparados para encontrar soluções para a crise. Mas antes precisam de saber o que quer o ministro Nuno Crato para o sector: «Estamos à espera de receber as linhas orientadoras do Ministério da Educação e Ciência (MEC) para poder desenhar um caminho».

Para Joaquim Mourato, fechar Politécnicos por terem poucos alunos não é solução. «Estas instituições são verdadeiros centros de desenvolvimento regional, fechá-las não faz sentido». A resposta pode passar por consórcios que permitam a várias instituições dar cursos em conjunto. Para isso, Mourato lembra, porém, que é necessário que o MEC mexa na lei. 

«Tem de haver mecanismos de mobilidade de professores. Neste momento, mesmo fundindo cursos, mantemos os corpos docentes das instituições, pelo que isso não se traduz numa poupança».

Outra possibilidade para reorganizar a rede passa por fusões, mas Joaquim Mourato acredita que isso não se fará sem que o MEC defina orientações.

Mudar as regras de acesso

Para já, o CSISP continua à espera de saber como funcionará o já anunciado sistema dual de aprendizagem, que quer reforçar o ensino profissional no básico e secundário e que papel terão aí os politécnicos. O que já se sabe é que os politécnicos terão cursos de curta duração que darão títulos profissionais.

O presidente do CSISP quer ainda transformar os politécnicos em centros de investigação aplicada. 

«Só uma percentagem muito reduzida das bolsas da Fundação para a Ciência e Tecnologia se destina a projectos de investigação aplicada e desenvolvimento de produtos. Os politécnicos, pela relação próxima que têm com as empresas, são o local ideal para avançar com esses projectos».

Outra proposta passa por criar um mecanismo de acesso aos politécnicos diferente do usado para as universidades. «Muitos alunos dos cursos profissionais não estão preparados para fazer as provas específicas e acabam por não aceder ao superior, quando poderiam ter um lugar nos politécnicos», argumenta Joaquim Mourato.




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