Praticantes de outras religiões também participam do Círio


Confira depoimentos de quem confraterniza na fé. Evangélicos oferecem café da manhã para 500 pessoas.

Se no caminho do Círio de Nazaré tem uma igreja evangélica, por que não fazer uma confraternização entre as duas religiões? Foi pensando nisso que o pastor Campelo montou uma programação especial para o próximo final de semana. 300 voluntários da Assembleia de Deus vão trabalhar desde 17h de sábado até às 22h de domingo ajudando os fiéis católicos que passam pela avenida Nazaré, em Belém.

“Estamos cumprindo aqui uma ordem de Deus, um mandamento, um sacramento que Jesus deixou para a humanidade, que nós devemos amar à Deus sobre todas as coisas com a nossa mente, com a nossa força e amar o próximo como a nós mesmos”, diz o pastor.

No lugar das cadeiras, será montada no domingo do Círio, uma mesa de café da manhã, para 500 pessoas. O trabalho vem sendo desenvolvido desde o ano passado e segundo a Assembleia de Deus, tem surpreendido muita gente.

“As pessoas se sentiram amadas. Muitos não compreenderam, mas buscamos quebrar essas barreiras com um sentimento maior, o amor”, diz o pastor Alexandre Zanini.

Um centro espírita no bairro de São Brás também não abre mão de participar, de alguma forma, da festividade. Há anos a fachada do prédio é decorada com balões para o traslado da santa de Belém até Ananindeua, que acontece na próxima sexta-feira (11). 

O lugar, que também desenvolve trabalho social, com crianças, adolescentes e adultos, deixa cada um dos assistidos pelo projeto à vontade para escolher se querem ou não participar da celebração e muitos fazem questão de ver a passagem da imagem de Nossa Senhora de Nazaré.

“Eles sobem na nossa sacada e saúdam o fruto maior da religiosidade, a Santa, como os conceitos da igreja católica, que é a Maria de Nazaré, que é a mesma do lar de Maria”, diz Ramon barros diretor administrativo.

Fátima Maciel trabalha no centro espírita, mas é budista. Independente da religião, para ela, é impossível não se emocionar com o Círio de Nazaré. “Quando eu vejo nossa senhora passar, me coloco no lugar daquelas pessoas, vejo quanta emoção, quanta dedicação, então é um dia que emana amor em Belém do Pará”, diz.




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