'Culto' para ateus reúne centenas de pessoas em Los Angeles, nos EUA

Um novo movimento tem chamado a atenção do mundo: os encontros de ateus em "megaigrejas". 

Dezenas de reuniões realizadas por defensores e detratores do ateísmo têm surgido nos Estados Unidos e na Austrália depois de terem sucesso no Reino Unido no início deste ano. O movimento foi impulsionado pelas mídias sociais e foi liderado inicialmente por dois comediantes britânicos.

No domingo (10/11), foi a vez de Los Angeles, nos Estados Unidos, ter a sua "Celebração Dominical" inaugural, que atraiu várias centenas de pessoas vinculadas por sua "crença na não-crença"

Centenas de ateus e de "curiosos" se reuniram em um auditório em Hollywood para um encontro cheio de música ao vivo, momentos de reflexão, "palestra inspiradora" sobre as coisas esquecidas e comédia stand-up.

Durante o "culto", os participantes bateram os pés, bateram palmas, gritaram e cantaram, além de se divertiram com as comédias. No final, os voluntários passaram caixas de papelão para doações.

Encontros semelhantes em San Diego, Nashville, Nova York e outras cidades norte-americanas têm atraído centenas de ateus que buscam a camaradagem de uma congregação sem religião ou ritual.

Os fundadores Sanderson Jones e Pippa Evans estão atualmente em uma longa viagem pelos EUA e Austrália para divulgar e promover as novas "assembleias de domingo". Eles esperam arrecadar mais de US$ 800 mil para lançar várias congregações ao redor do mundo. Até agora, eles já conseguiram cerca de US$ 50 mil.

O objetivo da "nova religião" não é atacar os crentes, segundo os fundadores, e sim ter uma nova maneira de conhecer pessoas de pensamentos similares, formando uma comunidade com presença forte nos países.

O movimento se encaixa com novos estudos que mostram que um número crescente de americanos estão à deriva de qualquer filiação religiosa.

"Nos EUA, há um pouco de um sentimento de que se você não é religioso, você não é patriótico. Acho que um monte de pessoas seculares diz: 'Ei, espere um minuto. Estamos de caridade, somos boas pessoas, nós somos bons pais e que são tão bons cidadãos como você e nós vamos começar uma igreja para provar isso", disse Zuckerman, professor de estudos seculares no Pitzer College, em Claremont. "Ainda é uma minoria, mas há um número suficiente deles agora", completou.

Esse impulso, no entanto, despertou a ira daqueles que passaram anos lutando contra a ideia de que o próprio ateísmo é uma religião.

"A ideia de que você está construindo uma organização inteira com base no que você não acredita, para mim, soa como uma ofensa contra a sensibilidade", disse Michael Luciano, um ateu que foi criado como católico romano.





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