Entidades lembram o Dia da Consciência Negra em Teresina – Por Jéssica Monteiro

"Somos todos filhos do mesmo Pai", defendeu Mãe Eufrásia, coordenadora da Rede Nacional de Religião Afro Brasileira (Renaf) no Piauí, no

Dia da Consciência Negra

comemorado nesta quarta-feira (20). A data serve para que os brasileiros reflitam acerca da desigualdade, intolerância e preconceito que ainda existe na sociedade. E, para marcar o dia, membros de religiões de matrizes africanas lavaram as escadarias da Igreja São Benedito contra esses desrespeitos.

Umbandista desde criança, Mãe Eufrásia destaca que trata-se de uma religião de muito amor e que, assim como outras, merece ser respeitada. "Já temos uma maior aceitação. É um direito nosso", declarou, acrescentando que, apesar de ser da cor branca, lutar contra a intolerância é um dever de todos.

O professor Doutor em Liguística Bruno Okaudowa, do Gabão, na África, mora há mais de 10 anos no Brasil e acredita que o racismo está enraizado na cabeça das pessoas e, por esse motivo, alguns negros não se aceitam como negros.

"Quando cheguei ao Brasil eu fui estudar na Faculdade de Economia e Administração da USP. Eu mal falava português e quando tinha trabalho em grupos eu ficava sozinho", afirmou o professor.

Mas algumas melhorias já aconteceram. As cotas nas universidades, por exemplo, é uma conquista. "É uma conquista. Mas quando é vantajoso ser negro todo mundo se auto declara", aponta.

Elio Ferreira, professor Doutor em Letras, acredita que os negros ainda são vítimas da falta de oportunidade. 

"Negros foram libertados para morar em favelas, sem educação e sem trabalho. Precisamos discutir as condições do negro. Para um negro ser reconhecido ele tem que fazer três vezes melhor que um branco", denunciou Elio.





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