Católicos e judeus unidos pelos pobres

O Papa recebeu hoje no Vaticano uma delegação do ‘American Jewish Committee’ (Comité Judaico Americano) e defendeu a necessidade de um empenho conjunto de católicos e judeus em favor dos mais pobres e desprotegidos.

“Juntamente com o diálogo, é também importante destacar que judeus e cristãos podem trabalhar juntos pela construção de um mundo mais justo e fraterno. A esse respeito, gostaria de mencionar de modo particular o serviço comum em favor dos pobres, dos marginalizados, dos que sofrem”, declarou.

O Papa argentino, que em maio vai realizar a sua primeira viagem à Terra Santa, destacou que este compromisso comum tem a sua raiz na Bíblia, onde se apela à “proteção do pobre, da viúva, do órfão, do estrangeiro”.

“É uma missão que nos foi confiada por Deus, que espelha a sua santa vontade e a sua justiça, um autêntico dever religioso”, sublinhou.

Francisco recordou que a organização norte-americana mantém “boas relações” com a Santa Sé e foi recebida por várias vezes pelos anteriores Papas.

“Estou-vos muito grato por terdes oferecido, ao longo dos anos, um contributo qualificado para o diálogo e a fraternidade entre judeus e cristãos, e encorajo-vos a continuar neste caminho”, acrescentou.

O Papa adiantou que em 2015 se vai celebrar o 50.° aniversário da declaração ‘Nostra aetate’, do Concílio Vaticano II, apresentada por Francisco como “ponto de referência imprescindível para as relações” da Igreja Católica com os judeus, “irmãos mais velhos” dos cristãos.

“A partir desse documento desenvolveu-se com renovado vigor a reflexão sobre o património espiritual que nos une e que constitui o fundamento do nosso diálogo”, precisou.

Segundo Francisco, este diálogo tem um fundamento “teológico”, que não se limita a um desejo de “respeito e estima recíprocos”.

“É importante que o nosso diálogo esteja sempre profundamente marcado pela consciência da nossa relação com Deus”, acrescentou.

O discurso deixou votos de que os responsáveis das duas religiões saibam transmitir às novas gerações um “património de conhecimento recíproco, de estima e amizade” e desejou que esta questão seja aprofundada tanto nos seminários e centros de formação católicos como nas comunidades judaicas e junto dos “jovens rabinos”.


O Papa despediu-se com a saudação hebraica ‘Shalom’ [paz] e uma evocação da sua próxima visita a Jerusalém, pedindo orações para que “esta peregrinação traga frutos de comunhão, de esperança e de paz”.




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