Nem a religião escapa à crise. Lucro do Banco do Vaticano afundou 97% em 2013 – Por Tiago Figueiredo Silva

A fé pode ser forte, mas nem a religião escapa à crise. O Instituto para as Obras Religiosas (IOR), mais conhecido como o Banco do Vaticano, publicou hoje as contas de 2013. 

Contas feitas, a instituição fechou o ano passado com lucros de 2,9 milhões de euros, uma queda de 97% face aos 86,6 milhões registados em 2012.

"O resultado foi afectado por um conjunto de factores: despesas extraordinárias, perdas relacionadas com investimentos imobiliários em fundos de investimento e a flutuação do valor das reservas de ouro", justifica o IOR em comunicado.

As perdas com os investimentos imobiliários ascenderam a 28,5 milhões de euros e a flutuação da aposta no metal precioso atingiu os 11,5 milhões negativos. Segundo o Banco do Vaticano, sem estes factores, "o lucro líquido teria sido próximo dos 70 milhões de euros, mais em linha com a média dos últimos anos e comparável com o valor de 2012".

Entre maio de 2013 e junho passado, a instituição realizou uma "análise de todos os registos de clientes para identificar a informação perdida ou insuficiente", o que levou ao bloqueio de 1.329 contas individuais e 762 institucionais, de acordo com a entidade do Vaticano.

A somar a isto, a instituição terminou cerca de três mil relações com clientes, das quais 2.600 classificadas como "contas adormecidas", com um saldo pequeno ou sem atividade há algum tempo.

Deste modo, no final de dezembro do ano passado, o Banco do Vaticano contava com 17.419 clientes, menos 8% ou menos 1.481 clientes, que os 18.900 registados em 2012. Relativamente à primeira metade de 2014, o IOR revelou que entre janeiro e junho deste ano o lucro é "altamente satisfatório", ao ascender a 57,4 milhões de euros.



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