Comunidade terapêutica Projeto Ceifar desaprova resolução do Conad que proíbe religião em tratamentos para dependentes químicos

O Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad) está avaliando a possibilidade de impedir que clínicas de recuperação de dependentes químicos utilizem a religião como uma maneira de auxílio aos pacientes. 

Em todo o país, há cerca de 1.800 comunidades terapêuticas, instituições privadas, sem fins lucrativos que oferecem gratuitamente acolhimento para pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de drogas.

A resolução do Conad, que deve ser editada ainda neste mês pela presidente Dilma, é reprovada por instituições sérias que têm a fé como um dos pilares essenciais no processo de recuperação dos dependentes químicos.

“A normatização das comunidades terapêuticas que atendem os dependentes e seus familiares é bem-vinda. No entanto, observa-se que, infelizmente, as três esferas governamentais fazem muito pouco para apoiar os usuários de entorpecentes. As igrejas cristãs são as grandes mantenedoras das instituições de apoio aos dependentes químicos no Brasil”, afirma Vilson Trindade Monteiro, Diretor Operacional do Projeto Ceifar, comunidade terapêutica criada pelo Instituto Cargolift em parceria com a Primeira Igreja Batista de Curitiba (PIB). O Ceifar é mantido pela própria empresa Cargolift, que investe cerca de R$ 1,5 milhão por ano na ação.

No Ceifar, a fé em Deus faz parte do tratamento, mas os pacientes não são compelidos a aderir à religião. 

“Pesquisas demonstram a importância da fé na vida das pessoas. Ao restringir o uso da religião no processo terapêutico, o Conad interfere negativamente na recuperação dos dependentes químicos, pois não basta deixar o uso das drogas, é preciso sedimentar valores comportamentais, éticos, morais, espirituais e sociais que levam à recuperação integral da pessoa”, opina Vilson, citando que entre os mais de mil residentes que já passaram pelo Ceifar nos últimos onze anos, o índice de melhora efetiva é de 38%, bem maior do que a média nacional de recuperação nas casas de reabilitação, que é de 22%. 

“O Estado é laico, mas deve dar opção de escolha às instituições. Cabe à pessoa decidir se aceita ou não aquilo que é oferecido”.

O presidente do Instituto Cargolift, Markenson Marques, também critica a possível aprovação da resolução do Conad. 

"Se a presidente Dilma aprovar esta resolução, vou fechar o Ceifar, transformar o imóvel em um SPA de luxo, já que ele tem este perfil e passar a atuar como negócio com fins lucrativos. Os recursos que aporto no Ceifar transferirei para uma nova Comunidade Terapêutica sem fins lucrativos, mas será na Índia. Se estou ajudando as pessoas como Jesus ensinou, amando ao próximo como a mim mesmo, faço com meu dinheiro sem nunca ter recebido R$ 1 do governo brasileiro, nem mesmo como renúncia fiscal em qualquer uma das minhas empresas, por que não posso divulgar minha fé em Deus dentro da minha própria casa?", questiona.

Sobre o Projeto Ceifar

Desde 2003 o Projeto Ceifar oferece estrutura de abrigo, tratamento, acompanhamento profissional e recuperação a homens e mulheres usuários de drogas em um trabalho sem fins lucrativos. 

Diversas atividades são promovidas pela instituição, como orientação emocional e espiritual, assistência social de caráter beneficente, ações educacionais e de cidadania, promoção de responsabilidade socioambiental, moral, cultural, esportiva e de lazer, além da disseminação dos conceitos de ética, moral e bons costumes, por meio de atividades culturais, e o combate ao uso das drogas. 

O Ceifar está localizado em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, e garante atenção em tempo integral aos pacientes.

Serviço:

Instituto Cargolift
Rua Manif Júlio, 445 – Vila São Luis
Campo Largo, Paraná – Brasil
Fone: (41) 3555-2773
www.institutocargolift.com.br


Cargolift 
Rua Arthur Martins Franco, 880 - Cidade Industrial
Curitiba, Paraná - Brasil
Fone: +55 (41) 2106.0700
www.cargolift.com.br






Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"Negociar e acomodar identidade religiosa na esfera pública"

Pesquisa científica comprova os benefícios do Johrei

A fé que vem da África – Por Angélica Moura