Líderes religiosos devem se reunir para discutirem tolerância entre os povos – Por Marcela Belchior



A Organização das Nações Unidas (ONU) pretende convocar uma reunião mundial com líderes religiosos pela paz. 

De acordo com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o plano é que o encontro ocorra nos próximos meses e leve uma mensagem de tolerância, solidariedade, entendimento mútuo e reconciliação. 

Ele frisou que, hoje, a população do globo vive "muito sofrimento”, "com inocentes assassinados a tiros em escolas” e "meninas brutalmente sequestradas”. Ele fez a proposta publicamente durante uma intervenção em Washington, capital dos Estados Unidos, na Reunião contra o Extermínio Violento, organizada pela Casa Branca, no último mês de fevereiro. 

Na ocasião, representantes de 60 países se encontraram com o objetivo de reunirem esforços para evitarem a radicalização e o recrutamento de pessoas, especialmente jovens, por parte de organizações radicais. 

O secretário-geral da ONU enfatizou o que ele chama "auge de uma nova geração de grupos terroristas transnacionais”, que suporiam uma "grave ameaça para a paz e a segurança mundial”. 

Para Ban Ki-moon, a estratégia dos "extremistas” estaria orientada de maneira "deliberada” a "polarizar, aterrorizar, provocar e nos dividir”, destacando que a maioria das suas vítimas seria muçulmana. Para fazer frente à questão, o líder da ONU afirmou que "necessitamos ter cabeça fria, sentido comum e não nos deixar nunca levar pelo medo”. 

Segundo ele, para enfrentar o extremismo de algumas religiões seria crucial "ganhar a batalha nas mentes de novas gerações”, começando pelas mensagens compartilhadas dentro das escolas. 

Ele destacou ainda a importância de combater ideologias "venenosas” associadas ao extremismo e que emergiriam, em muitos casos, da "opressão, da corrupção e da injustiça”. Além disso, o secretário-geral da ONU se disse preocupado por "forças contrárias aos imigrantes” que têm surgido em alguns países e que, do seu ponto de vista, alimentariam extremistas. 

Papa Francisco e diálogo inter-religioso 

No último dia 06 de março, o Papa Francisco recebeu em audiência, no Vaticano, o presidente da República do Azerbaidjão, Ilham Aliyev, acompanhado de sua consorte e comitiva. Logo em seguida, houve o encontro do presidente azerbaidjano com o cardeal secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, e o subsecretário das Relações com os Estados, Monsenhor Antoine Camilleri.

Segundo a equipe de comunicação da Santa Sé, "nos cordiais colóquios, foi expressa a satisfação pelo desenvolvimento das relações bilaterais. Em particular, se detiveram sobre temas concernentes à vida da comunidade católica no país e sobre algumas iniciativas em âmbito cultural, ressaltando o valor, no mundo contemporâneo, do diálogo intercultural e inter-religioso para favorecer a paz”. 


De acordo com o Vaticano, foi feita referência à atualidade regional e internacional, reiterando a importância da negociação na resolução dos conflitos, bem como da educação para promover os pressupostos de uma convivência pacífica entre as populações e os vários grupos religiosos. 




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