Papa Francisco pede perdão aos fiéis valdenses em nome dos católicos


Em visita à Turim, no norte da Itália, o Papa Francisco pediu desculpas nesta segunda-feira (22/06) à minoria religiosa valdense em nome da igreja católica. 

Os fiéis dessa confissão, evangélicos, foram perseguidos durante séculos por católicos desde a Idade Média.

"Peço perdão pelas atitudes e comportamentos não cristãos, por vezes desumanos, que tivemos ao longo da História com vocês. Em nome do Senhor Jesus Cristo, perdoem-nos", disse o sumo pontífice em uma visita inédita de um papa à Igreja Valdense.

Para o Santo Padre, "uma profunda ligação une as duas religiões, apesar das diferenças". "Podemos apenas nos entristecer sobre a oposição e as violências cometidas. Eu peço ao senhor que nos dê a graça de nos reconhecer como pecadores e de saber perdoar uns aos outros", reiterou.

Igreja valdense

O movimento religioso teve origem no século 12, liderado pelo Pedro Valdo, que pregava o evangelho no interior da Itália em vernáculo e não em latim, como a igreja católica. Perseguidos, eles enfrentaram violentos massacres à mando dos Papas do final da Idade Média e foram declarados como hereges.

O pedido de desculpas foi bem visto pelas lideranças da igreja valdense. O pastor Eugenio Bernardini, que acolheu o Papa Francisco no templo de Turim, saudou a iniciativa. Para Bernardini, "o pontífice aceitou ultrapassar uma barreira histórica de oito séculos" entre as duas religiões.

A Igreja Valdense conta hoje com 45 mil fiéis no mundo inteiro, com seguidores especialmente no norte da Itália, mas também na Alemanha, na França, Estados Unidos e Uruguai.

O Pontífice realiza a sua primeira visita à Turim, onde, nesse fim de semana, foi acompanhar a exposição do Santo Sudário na catedral de São João Batista.






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