Congresso Mundial debate os desafios da educação nas escolas católicas – Por Cristina Fontenele



Para comemorar os 50 anos da declaração do Concílio Vaticano II sobre a educação cristã, a "Gravissimum Educationis”, Congregação para a Educação Católica do Vaticano realiza, de 18 a 21 de Novembro, em Roma, um Congresso Mundial com o tema:

"Educar hoje e amanhã: uma paixão que se renova”

O evento também celebra os 25 anos da "Ex corde Ecclesiae”, constituição apostólica sobre a identidade e a missão da universidade católica, promulgada por João Paulo II, em 15 de agosto de 1990. A programação inclui palestras, mesas redondas, testemunhos, encerrando no sábado, 21, com a presença do Papa Francisco.

O encontro destina-se às Conferências Episcopais, à União Internacional de Superiores Gerais das Congregações Religiosas, além de associações nacionais e internacionais de professores, pais, estudantes e gestores das instituições católicas.

O prefeito da Congregação, cardeal Giuseppe Versaldi, destacou, em coletiva de imprensa, a extrema importância da educação na vida do homem e sua repercussão cada vez maior no progresso social contemporâneo.

Segundo o secretário da Congregação, arcebispo Angelo Vincenzo Zani, a ideia do Congresso surgiu durante a sessão plenária de cardeais e bispos da Congregação, em 2011, na qual se discutia a atuação futura da organização. Então, em 2012, cerca de 50 especialistas de todo o mundo se reuniram, em Roma, para identificarem os problemas na educação promovida pela Igreja e formularem sugestões para reativar as instituições de educação católica.

Com a previsão de 2.200 participantes, o Congresso irá debater os novos cenários da educação, a identidade e os desafios da escola católica frente às mudanças sociais, o diálogo inter-religioso e intercultural na educação, além da formação dos docentes e diretores das escolas. Um pequeno grupo de trabalho discutirá ainda as questões jurídicas e as mudanças constitucionais que influem no funcionamento das escolas e universidades católicas pelo mundo.

A "Gravissimum Educationis”, declaração pós-conciliar, de 28 de Outubro de 1965, tinha como objetivo desenvolver os princípios da educação cristã, para que as Conferências Episcopais os aplicassem às diversas situações locais. O documento foi entregue a uma Comissão especial, que, mais tarde, se tornou a Seção das Escolas da Congregação para a Educação Católica.

De acordo com a declaração, os pais têm uma "gravíssima obrigação” de educarem a prole e, por isso, devem ser reconhecidos como seus primeiros e principais educadores. Porém, o dever de educar precisa da ajuda de toda a sociedade. Nesse contexto, a Igreja deve também ser reconhecida como sociedade humana, capaz de ministrar a educação, mas, sobretudo, porque tem o dever de "anunciar a todos os homens o caminho da salvação”.

A constituição apostólica "Ex corde Ecclesiae”, por sua vez, chamava a atenção para a importância de uma universidade católica, que permite à Igreja instituir um diálogo com todos os homens de qualquer cultura, um diálogo entre fé e razão. 

A missão fundamental da universidade seria a procura contínua pela verdade, a conservação e a comunicação do saber para o bem social. E, quando for necessário, a Universidade Católica deverá "ter a coragem de proclamar verdades incômodas, verdades que não lisonjeiam a opinião pública, mas que, no entanto, são necessárias para salvaguardar o autêntico bem da sociedade”, aponta o texto. 

Esforçando-se por dar uma resposta a esses complexos problemas humanos, a Universidade Católica teria a "responsabilidade de comunicar à sociedade de hoje aqueles princípios éticos e religiosos que dão pleno significado à vida humana”.





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