Para quem tolera, acarajé – Por Camila Moraes



Baianas lutam para evitar que evangélicos transformem sua comida sagrada em ‘bolinho de Jesus’.

Neste 21 de Janeiro, Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, o que você vai comer: um acarajé ou um bolinho de Jesus?

É bom ir avisando: estamos falando daquele bolinho de feijão fradinho temperado com cebola e pimenta, frito em óleo de dendê, muito popular no Brasil, sobretudo na Bahia, onde nasceu das oferendas às divindades (orixás) do candomblé, religião brasileira de matriz africana em que dança, música e comida são o tripé da prática espiritual.

Nos terreiros, preparado pelas tias baianas, ele sempre atendeu pelo nome de acarajé, mas de uns anos para cá alguns grupos de evangélicos tentam rebatizar a iguaria de bolinho de Jesus.

O nome pode soar engraçado, mas ecoa pouca ou nenhuma tolerância com as práticas religiosas do candomblé. Como se justifica, então, o novo batismo, em um país que preza sua diversidade religiosa e cultural?





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