Depois de massacre em igreja, Obama aborda regulamentação de armas nos EUA – Por Brian Snyder


Já passou, e muito, da hora de os EUA encararem de frente a necessidade da regulamentação de armas no país. 

Essa foi a reação do presidente americano, Barack Obama, mais centrada no debate em torno do porte de armas do que no racismo na sociedade americana, ao assassinato, na noite de quarta-feira (17/06), de nove fiéis da mais antiga igreja protestante voltada para a comunidade negra no sul dos EUA, em Charleston, na Carolina do Sul.

A polícia considera o crime hediondo e motivado por racismo. O acusado, Dylann Roof, 21 anos, simpatizante de grupos defensores da supremacia caucasiana, foi capturado ontem.

De acordo com testemunhas que sobreviveram ao massacre, depois de passar quase uma hora ao lado do reverendo Clementa Pickney, em um grupo de estudos da Bíblia, Roof gritou que “os negros estupram nossas mulheres, estão dominando os EUA e precisam ser expulsos do país”. Em seguida, iniciou os disparos, matando três homens, entre eles Pickney, e seis mulheres, todos negros, com idades entre 26 e 87 anos.

Obama, o primeiro negro a comandar a maior potência global, afirmou na quinta-feira (18/06), depois de citar trechos de um discurso histórico de Martin Luther King Jr., que “os EUA são o único país desenvolvido em que massacres como estes acontecem frequentemente” e que é da população a responsabilidade de pressionar o Congresso para proibir civis com histórico de violência e extremismo a ter o direito de portar armas, evitando assim a repetição do terror desta semana na Carolina do Sul.

Igreja simbólica

A igreja Emanuel de Charleston, alvo de um massacre de caráter racista, é um forte símbolo da história da comunidade negra no sul dos Estados Unidos, marcado pela escravidão, movimentos de luta pelos direitos civis e as atuais tensões raciais. 

Descrita como "mãe Emanuel" por muitos fiéis, a Emanuel African Methodist Episcopal Church (Igreja Metodista Episcopal Africana Emanuel - AME), localizada no centro de Charleston, Carolina do Sul (sudeste), desempenhou um papel importante na cidade, como um lugar de recolhimento espiritual e de reunião de seus habitantes negros.

Existem dezenas dessas igrejas AME nos Estados Unidos, fundadas por negros em reação às igrejas metodistas brancas que se recusavam a recebê-los. Ela nasceu nos anos 1700 quando os escravos começaram a se reunir no local para rezar com ex-escravos, e foi formalmente constituída, tomando o nome de Emanuel AME em 1816.

Reações

A pré-candidata democrata à Casa Branca Hillary Clinton, que participou na quarta-feira de um ato eleitoral na cidade, escreveu no Twitter: "notícias terríveis de Charleston, meus pensamentos e minhas orações estão com vocês".

Jeb Bush, pré-candidato republicano à sucessão em 2016, que deve participar de um comício em Charlotte, na Carolina do Norte, disse no Twitter que "nossos pensamentos e orações estão com os indivíduos e famílias afetadas pelos trágicos fatos de Charleston".

(Com informações da AFP)



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