Tomie Ohtake morre em São Paulo aos 101 anos

A artista plástica Tomie Ohtake, de 101 anos, morreu na quinta-feira (12/02) em São Paulo. Ela estava internada havia dias no Hospital Sírio Libanês para tratar de uma pneumonia.

Nascida em 1913 em Kyoto, no Japão, Ohtake veio ao Brasil com 23 anos para visitar um irmão e se radicou em São Paulo, tornando-se ao longo dos anos “a grande dama” das artes plásticas brasileiras.

Sua obra, reconhecida internacionalmente como uma das mais representativas do abstracionismo contemporâneo, é formada por pinturas, gravuras e esculturas.

Ohtake foi homenageada pela FAPESP em 2013, ano de seu centenário, quando o relatório anual da Fundação (o Relatório de Atividades 2012) foi ilustrado com 27 reproduções de suas obras.

A FAPESP também organizou uma exposição, em sua sede em São Paulo, com as reproduções escolhidas para ilustrar a publicação. A cerimônia de inauguração contou com a presença do filho da artista Ricardo Ohtake, diretor do Instituto Tomie Ohtake.

Na ocasião, ele contou que, a um mês de completar cem anos, a artista permanecia extremamente ativa e havia completado uma escultura de 12 metros de altura e 20 toneladas de aço, que havia sido encomendada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá em homenagem aos trabalhadores.

O filho da artista lembrou que Tomie começou a se dedicar à carreira artística em uma idade mais avançada que a média, em torno de 40 anos, mas teve uma evolução muito rápida. Com pouco mais de 45 anos, já expunha individualmente no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM).

“A partir de 1968 começou a trabalhar com gravuras, inicialmente serigrafia e litografia e depois gravuras em metal. A partir da década de 1980 passou a trabalhar com esculturas. Realizou uma grande série de esculturas e mais de 60 obras públicas, de tamanho grande e que ficam em espaços abertos da cidade, como as ondas que estão na Avenida 23 de maio [conhecido como Monumento à Imigração Japonesa]”, lembrou o diretor do Instituto Tomie Ohtake, durante o evento.


Além de Ricardo, ela deixa o filho Ruy Ohtake, arquiteto e designer. 





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"Negociar e acomodar identidade religiosa na esfera pública"

Pesquisa científica comprova os benefícios do Johrei

A fé que vem da África – Por Angélica Moura