Católicos ultraconservadores protestam contra ato penitencial

Jovens fanáticos ultracatólicos interromperam celebração, ontem à noite, na Catedral Metropolitana, em memória do 75º aniversário da:

“Noite de Cristais (Kristallnacht)”, ação considerada como início do Holocausto perpetrado pelo nazismo.

Quando o arcebispo de Buenos Aires, Mario Poli, dava início à liturgia, cerca de 30 a 40 jovens, alguns com vestes sacerdotais, ingressaram na catedral e começaram a rezar o Pai Nosso e Ave Maria em alta voz, e agrediram pessoas verbalmente, na tentativa de impedir a celebração. Enquanto isso, o padre Fernando Giannetti pedia para os agressores se retirarem.

"Queridos irmãos judeus, sintam-se em casa, porque os cristãos assim o querem, apesar desses vislumbres de intolerância", disse monsenhor Poli ao reiniciar a liturgia, depois da provocação dos fanáticos.

A liturgia foi organizada pela Comissão de Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso com a B´nai B´rith, e contou com reflexões elaboradas pelo rabino Abraham Skorka, reitor do Seminário Rabínico Latino-Americano, e o bispo Poli.

Também participaram desse ato penitencial o padre Alejandro Llorente, o rabino Jonás Shalom, os pastores David Calvo, da Igreja Luterana Unida, Ester Iglesias, da Igreja Discípulos de Cristo, Sérgio López, da Igreja Dinamarquesa, e Mariel Pons, da Igreja Metodista.

A cerimônia teve um momento de silêncio para reconhecer “outros silêncios anteriores, o das consciências emudecidas que aceitaram perseguições e foram indiferentes à degradação e ao crime”.


Na noite de 9 a 10 de novembro de 1938, as SA nazistas, com a omissão da sociedade civil, profanaram sinagogas e destruíram instituições e casas comerciais de propriedade de judeus, no que ficou conhecido como “Noite dos Cristais”

Forças policiais não intervieram e bombeiros trataram de cuidar apenas para que propriedades dos “arianos” não pegassem fogo. Na noite, morreram mais de 100 judeus.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"Negociar e acomodar identidade religiosa na esfera pública"

Pesquisa científica comprova os benefícios do Johrei

A fé que vem da África – Por Angélica Moura