Antissemitismo aumenta por falta de resposta a ataques



O rabino Abraham Skorka lamentou os atentados de Paris.

O rabino Abraham Skorka considerou esta quarta-feira que o antissemitismo na Europa está a aumentar, devido à pouca capacidade de reação efetiva perante certos fatores islâmicos, que procuram derrotar o Estado de Israel.  

A falta de capacidade de reação da Europa perante os ataques contra os judeus resultou, na opinião de Abraham Skorka, nos atentados de Paris. 

"A França só reagiu depois de (o primeiro-ministro israelita Benjamin) Netanyahu ter convidado todos os judeus a irem para Israel (...) não recorreu aos 'media' em cada ataque", declarou o reitor do seminário rabínico latino-americano de Buenos Aires, à margem das Conferências do Estoril, que decorrem até sexta-feira. 

Nunca há uma resposta clara e inequívoca quando se nega a 'shoah' (holocausto), sublinhou. Estado de Israel A construção do Estado de Israel é "um sonho do povo judeu", que começou no início do século XIX.

"Não é o resultado do holocausto, é uma resposta à 'shoah'", acrescentou.  O rabino considerou que todo o movimento sionista é uma resposta desenvolvida pelo povo judeu através dos séculos. "Lamentavelmente, o regresso a Sião e a declaração de independência tiveram uma parte conflituosa que não foi resolvida", disse. 

"Mas este é um sonho de um povo que se tornou realidade e no momento em que se tornou realidade não existia uma identidade palestiniana (...) depois surgiram conflitos nos quais o Estado de Israel acertou, em alguns casos, e errou em outros, como em tudo o que é humano", afirmou.

"Negar a existência de Israel (...) de um Estado democrático e de Direito, depois de todas as experiências que tivemos na história é negar a existência ao povo judeu (...) que tem uma ligação profunda entre a terra de Israel e o povo judeu. Depois da 'shoah' grande parte da cultura judaica recriou-se em Israel".

Para os judeus, disse, o Estado de Israel e Jerusalém são dramaticamente vitais, declarou. "A santidade da terra para o mundo do Islão é Meca, para o mundo Católico é Roma, para os judeus o único lugar é Jerusalém", concluiu.


O rabino Skorka participa na sexta-feira no debate: "Religião e o Diálogo das Civilizações", com o cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, e o imã da mesquita central de Lisboa, xeque David Munir.




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